6 de jun. de 2014

Inatividade física é o maior fator de risco para doenças cardíacas em mulheres acima de 30 anos, publicado pelo British Journal of Sports Medicine

Estimativas recentes sugerem que índice de massa corporal (IMC) alto, tabagismo, hipertensão arterial e inatividade física são os principais fatores de risco para a carga global de doenças na Austrália. O objetivo do presente trabalho, coordenado por Wendy Brown, da University of Queensland, foi examinar o risco atribuível populacional (RAP) para doença cardíaca de cada um desses fatores de risco ao longo da vida adulta em mulheres australianas.
Os riscos atribuíveis populacionais (RAPs) foram estimados usando riscos relativos (RR) para cada um dos quatro fatores de risco, como os usados no Global Burden of Disease Study, e as estimativas de prevalência do Australian Longitudinal Study on Women's Health, em quinze grupos etários de 22-27 anos (n=9.608) a 85-90 anos (n=3.901).
Os riscos relativos e as estimativas de prevalência variaram ao longo da vida. Os riscos relativos variaram de 6,15 para o tabagismo entre as mulheres mais jovens a 1,20 para IMC alto e pressão arterial elevada nas mulheres mais velhas. A prevalência de exposição ao risco variou de 2% para a pressão arterial elevada nas mulheres mais jovens a 79% para o IMC elevado em mulheres de meia idade. Em mulheres adultas jovens de até 30 anos de idade, o risco populacional mais alto foi atribuído ao tabagismo. De 31 a 90 anos, o maior risco atribuível populacional foi para a inatividade física.
Concluiu-se com os dados do presente estudo que a partir dos 30 anos de idade, o risco populacional para doença cardíaca atribuível à inatividade física supera o de outros fatores de risco, incluindo IMC elevado. Programas para a promoção e manutenção da atividade física merecem prioridade muito maior na saúde pública para as mulheres ao longo da vida do que aquela atenção que é dada hoje em dia.


Fonte: British Journal of Sports Medicine, publicação online de 8 de maio de 2014

NEWS.MED.BR, 2014. Inatividade física é o maior fator de risco para doenças cardíacas em mulheres acima de 30 anos, publicado pelo British Journal of Sports Medicine. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/543217/inatividade-fisica-e-o-maior-fator-de-risco-para-doencas-cardiacas-em-mulheres-acima-de-30-anos-publicado-pelo-british-journal-of-sports-medicine.htm>.

23 de jul. de 2012

Obesidade: FDA aprova Qsymia para perda de peso

Obesidade: FDA aprova Qsymia para perda de peso

 Food and Drug Administration (FDA) aprovou o Qsymia (fentermina e topiramato de liberação prolongada), segundo medicamento para perda de peso que recebeu aprovação da agência em menos de um mês de intervalo, ampliando o leque de opções terapêuticas para um terço dos adultos americanos que são obesos.O medicamento Qsymia ofereceu a maior perda de peso em ensaios clínicos com medicamentos usados para emagrecer, quando comparado aos três remédios que foram considerados pelo FDA nos últimos anos. Em fase final de ensaios clínicos, os pacientes em uso de uma dose intermediária de Qsymia perderam em média 8,4% do seu peso corporal, após um ano de tratamento. Pacientes em uso de Belviq, medicamento aprovado no mês passado, perderam em média 5,8% do seu peso depois de um ano de uso da droga. No entanto, o novo medicamento também aumenta o risco de defeitos congênitos, quando utilizado por mulheres grávidas e pode causar taquicardia e problemas cognitivos.
Qsymia, anteriormente conhecido como Qnexa, foi desenvolvido pela Vivus Inc. de Mountain View, na Califórnia. Ele é a segunda droga aprovada para a obesidade em menos de um mês, após a aprovação do Belviq, da Arena Pharmaceuticals. Antes disso, nenhuma nova prescrição de medicamentos para emagrecer havia sido aprovada em 13 anos, após o Xenical da Roche.Ambas as medicações, Qsymia e Belviq, foram rejeitadas pelo FDA em 2010, mas os fabricantes voltaram este ano com novos dados. Em fevereiro, o Comitê Consultivo do FDA votou a aprovação do Qsymia.A terceira droga, o Contrave da Orexigen Therapeutics, também foi rejeitada e agora está sendo testada em um novo ensaio clínico.Qsymia é uma combinação de dois fármacos existentes, um dos quais é a fentermina, um supressor do apetite. O outro é o topiramato, uma droga indicada também para tratar a epilepsia e a enxaqueca.Alguns especialistas em obesidade já prescrevem cada componente de Qsymia separadamente.O FDA sugeriu medidas de segurança para reduzir o risco de efeitos colaterais com a medicação. Todos os pacientes devem começar com uma dose média do fármaco e devem considerar uma dose elevada apenas se não perderem 3% do seu peso corporal após 12 semanas. Caso os pacientes não percam 5% do seu peso após 12 semanas de tratamento, com a dose mais elevada, devem interromper a medicação.A agência também alerta para que os batimentos cardíacos dos pacientes em uso de Qsymia sejam monitorados regularmente. Mulheres em idade fértil devem fazer teste de gravidez antes de iniciar o Qsymia e todos os meses enquanto estiverem em uso da droga, além de usarem um método contraceptivo eficaz.

NEWS.MED.BR, 2012. Obesidade: FDA aprova Qsymia para perda de peso. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/309700/obesidade-fda-aprova-qsymia-para-perda-de-peso.htm>

10 de abr. de 2012

Especialistas médicos participam de campanha da ABIM Foundation para reduzir exames e procedimentos médicos desnecessários

Especialistas médicos participam de campanha da ABIM Foundation para reduzir exames e procedimentos médicos desnecessários

Campanha da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation), conhecida como Choosing Wisely, divulga listas criadas por nove grupos de especialistas médicos. As listas contêm informações sobre testes ou procedimentos comuns que os especialistas acreditam ser excessivamente ou desnecessariamente realizados. O objetivo é ajudar médicos e pacientes a tomar decisões mais sábias sobre os cuidados com a saúde.
Cada grupo de especialistas fez uma lista contendo cinco testes ou procedimentos em suas respectivas áreas de atuação. As listas receberam o nome “Cinco coisas que os médicos e os pacientes devem questionar”, do inglês "Five Things Physicians and Patients Should Question", e foram divulgadas esta semana como parte da campanha Choosing Wisely da ABIM Foundation.
São alguns exemplos das recomendações dos especialistas:
  • American College of Physicians: a maioria dos pacientes que desmaia não necessita fazer uma tomografia computadorizada cerebral ou uma ressonância magnética. Pesquisas mostram que, quando não há evidências de convulsões ou de outros sintomas neurológicos, exames cerebrais não melhoram o prognóstico dos pacientes.
  • American College of Cardiology: pacientes saudáveis, sem sintomas cardíacos, não precisam se submeter a exames de imagem como parte de seus check-ups anuais. Neste grupo de pessoas, estes testes raramente levam a qualquer mudança significativa no tratamento do paciente.
  • American College of Radiology: os pacientes que têm uma história clínica e exame físico sem alterações não precisam de uma radiografia de tórax antes de fazer uma cirurgia ambulatorial. Na maioria dos casos, esta radiografia não muda o manejo da patologia do paciente e não melhora o prognóstico.
  • American Academy of Family Physicians: densitometria óssea por absorção de dupla energia de raios X (DXA) não deve ser usada para triagem de osteoporose em mulheres com menos de 65 anos e homens com menos de 70 anos. Pesquisas mostraram que a DXA não parece ajudar pacientes nesta faixa etária sem fatores de risco para a osteoporose.
  • American Society of Nephrology: pacientes em diálise que tenham expectativa de vida limitada e que não apresentam sinais ou sintomas de câncer não devem passar por uma rotina de exames de triagem para o câncer. Estes testes não melhoram a sobrevida neste grupo de pessoas e podem resultar em um diagnóstico falso positivo, o qual leva a tratamento e estresse desnecessários.
Outros grupos que participaram da pesquisa foram: American Academy of Allergy, Asthma & Immunology, American Gastroenterology Association, American Society of Clinical Oncology e American Society of Nuclear Cardiology.
Outras oito sociedades médicas aderiram ao Choosing Wisely e divulgarão as suas listas brevemente. São elas: American Academy of Hospice and Palliative Medicine, American Academy of Otolaryngology - Head and Neck Surgery, American College of Rheumatology, American Geriatrics Society, American Society for Clinical Pathology, American Society of Echocardiography, Society of Hospital Medicine e Society of Nuclear Medicine.
Fontes:
ABIM Foundation
Choosing Wisely
JAMA - Journal of the American Medical Association, publicação online de 4 de abril de 2012

31 de mar. de 2012

Dieta rica em gordura saturada pode diminuir contagem de espermatozoides. Ômega-3 ajuda a melhorar morfologia espermática

Dieta rica em gordura saturada pode diminuir contagem de espermatozoides. Ômega-3 ajuda a melhorar morfologia espermática

Pesquisadores dos departamentos de Nutrição e de Saúde Ambiental da Harvard School of Public Health, em Boston, examinaram a relação entre uma dieta rica em gorduras e a qualidade do sêmen, mostrando que as gorduras saturadas estão negativamente relacionadas à concentração do esperma, mas que uma alta ingestão de ômega-3 está positivamente relacionada à morfologia dos espermatoozoides. O artigo foi publicado pelo periódico Human Reproduction.
Dados de 99 homens foram estudados para examinar a relação entre a ingestão de orduras e a qualidade do esperma. Os níveis de ácidos graxos no esperma e no líquido seminal  foram medidos por cromatografia gasosa.
Os homens eram principalmente caucasianos (89%), com uma média de idade de 36,4 anos, 71% estavam com sobrepeso ou obesos e 67% nunca foram fumantes. A maior ingestão de gordura saturada foi negativamente relacionada à contagem total de espermatozoides no esperma e à sua concentração. Homens que ingeriam a maior quantidade de gordura saturada tiveram uma contagem 43% mais baixa e 38% menor na concentração de espermatozoides do que os homens que ingeriam menos gorduras saturadas. A maior ingestão de ômega-3 foi relacionada a uma morfologia espermática mais favorável.
Novos estudos, com amostras maiores, são necessários para confirmar tais achados.

Fonte: Human Reproduction, publicação online de 13 de março de 2012

15 de mar. de 2012

Consumo de carne vermelha pode aumentar risco de morte. Reduzir pelo menos uma porção ao dia diminui este risco em cerca de 7% a 19%

Consumo de carne vermelha pode aumentar risco de morte. Reduzir pelo menos uma porção ao dia diminui este risco em cerca de 7% a 19%

O consumo de carne vermelha tem sido associado ao aumento do risco para desenvolver doenças crônicas. No entanto, sua relação com a mortalidade permanece incerta. Estudo publicado pelo Archives of Internal Medicine mostrou que o consumo de carne vermelha pode aumentar o risco de morte, enquanto que a substituição de uma porção de carne vermelha ao dia diminui o risco de mortalidade em cerca de 7% a 19%.
Um estudo prospectivo longitudinal contou com a participação de 37.698 homens do Health Professionals Follow-up Study (1986-2008) e 83.644 mulheres do Nurses' Health Study (1980-2008) sem doença cardiovascular (DCV) ou câncer no início da pesquisa. A dieta foi avaliada através de questionários alimentares validados e atualizados a cada quatro anos.
Os resultados documentaram 23.926 mortes (incluindo 5.910 por DCV e 9.464 mortes por câncer) durante o seguimento. Após ajuste multivariado para estilo de vida e fatores de risco alimentares, observou-se que o consumo de carne vermelha processada ou não processada aumenta o risco de mortalidade geral, por doenças cardiovasculares e por câncer. Estima-se que a substituição de uma porção de carne vermelha ao dia por outros alimentos (incluindo peixes, aves, nozes, legumes, laticínios com baixo teor de gordura ou grãos integrais) diminui o risco de mortalidade em cerca de 7% a 19%. Outra estimativa é que 9,3% das mortes nos homens e 7,6% das mortes em mulheres podem ser evitadas se todos os indivíduos consumirem menos de meia porção de carne vermelha ao dia (cerca de 42 g/dia).
Concluiu-se que o consumo de carne vermelha está associado a um risco aumentado de mortalidade para DCV, câncer e mortalidade geral. A substituição da carne vermelha por outras fontes de proteína relaciona-se a um menor risco de morte.

Fonte: Archives of Internal Medicine, publicação online, de março de 2012
NEWS.MED.BR, 2012. Consumo de carne vermelha pode aumentar risco de morte. Reduzir pelo menos uma porção ao dia diminui este risco em cerca de 7% a 19%. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/289015/consumo-de-carne-vermelha-pode-aumentar-risco-de-morte-reduzir-pelo-menos-uma-porcao-ao-dia-diminui-este-risco-em-cerca-de-7-a-19.htm>. Acesso em: 15 mar. 2012.

13 de mar. de 2012

TAK-875: novo tratamento para diabetes mellitus tipo 2 melhora controle glicêmico com risco mínimo de hipoglicemia, publicado no The Lancet

 

TAK-875: novo tratamento para diabetes mellitus tipo 2 melhora controle glicêmico com risco mínimo de hipoglicemia, publicado no The Lancet
 
 
O agonista seletivo do GPR40, conhecido como TAK-875, é o novo medicamento para o diabetes mellitus tipo 2 na fase 2 de testes clínicos. Ele aumenta a secreção de insulina glicose-dependente sem alterar a secreção de glucagon nas ilhotas pancreáticas isoladas. A nova droga melhorou significativamente o controle glicêmico com risco mínimo de hipoglicemia.
O TAK-875 aumenta a secreção de insulina glicose-dependente sem alterar a secreção de glucagon em ilhotas isoladas em ratos e humanas. O GPR40 é um receptor acoplado à proteína G altamente expresso nas células beta do pâncreas. Ele é ativado por ácidos graxos livres e induz a secreção de insulina mediada por ácidos graxos livres (porém dependente de glicose). O TAK-875 aumenta a concentração de cálcio intracelular e promove a secreção de insulina pelas células-beta através da ativação do GPR40.
O estudo, publicado pelo The Lancet, verificou se a ativação seletiva farmacológica do receptor GPR40 pelo TAK-875 em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 melhorou o controle glicêmico sem risco de hipoglicemia. A administração de TAK-875 nas doses de 6.25, 25, 50, 100 ou 200 mg foi comparada ao uso de placebo ou de glimepirida (4 mg), uma vez por dia durante 12 semanas, em diabéticos tipo 2 que não tinham respondido à dieta ou ao tratamento com metformina. Na fase 2, o estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo teve como desfecho primário a alteração na hemoglobina glicosilada (HbA1c) em relação aos valores do início da pesquisa.
Os participantes foram distribuídos aleatoriamente para receber TAK-875 (n = 303), placebo (n = 61) ou glimepirida (n = 62). O TAK-875 melhorou significativamente o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 com risco mínimo de hipoglicemia. Os resultados mostram que a ativação de GPR40 é um alvo terapêutico viável para o tratamento do diabetes tipo 2.

Fonte: The Lancet, publicação online de 27 de fevereiro de 2012
NEWS.MED.BR, 2012. TAK-875: novo tratamento para diabetes mellitus tipo 2 melhora controle glicêmico com risco mínimo de hipoglicemia, publicado no The Lancet. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/262315/tak-875-novo-tratamento-para-diabetes-mellitus-tipo-2-melhora-controle-glicemico-com-risco-minimo-de-hipoglicemia-publicado-no-the-lancet.htm>. Acesso em: 13 mar. 2012

18 de out. de 2011

Deficiência de vitamina D pode antecipar idade da menarca, segundo pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition

Deficiência de vitamina D pode antecipar idade da menarca, segundo pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition

Pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition mostra que a menarca precoce, um fator de risco para a doença cardiometabólica e o câncer, pode ser influenciada pela deficiência de vitamina D no organismo.
A latitude, que influencia a exposição ao sol, é inversamente proporcional à idade da menarca. Esta associação pode estar relacionada à vitamina D.
A associação entre vitamina D e a ocorrência da menarca foi avaliada em um estudo prospectivo em meninas de Bogotá, na Colômbia. Dosagens da concentração de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D] em uma amostra aleatória de 242 meninas (idade média de 8,8 anos ± 1,6 anos) foram realizadas e foi feito um acompanhamento por uma média de 30 meses. As participantes foram questionadas periodicamente sobre a ocorrência e data da menarca. A referência para as dosagens de 25 (OH) D foram classificadas como <50 nmol / L (deficiente), ≥ 50 e <75 nmol / L ou ≥ 75 nmol / L (suficiente). A incidência da menarca foi comparada entre os grupos.
Os resultados mostraram um total de 57% das meninas no grupo com deficiência de vitamina D atingindo a menarca durante o seguimento, em comparação com 23% das meninas com vitamina D classificada como suficiente. Após ajustes para idade e índice de massa corporal (IMC), a probabilidade de ocorrência da menarca foi duas vezes maior nas meninas com deficiência de vitamina D do que em meninas com vitamina D suficiente.
Concluiu-se que a deficiência de vitamina D está associada à idade mais precoce de ocorrência da menarca.